Doações

 

Aceitamos doações de roupas usadas, sapatos, produtos de limpeza, fraldas geriatricas e alimentos.

Outras doações; Caixa Economica Federal ag: 3212 cc: 0133940-6

Banco do Brasil ag:6687-7 cc: 40790-9

Toda ajuda será bem vinda.

Muito obrigado.

"O carangueijo"

 

O pregador anunciou:

 

-Meus caros amigo, tenho três notícias. Uma boa e duas más.

Um murmúrio percorreu a comunidade reunida.

O que estaria acontecendo?

-A primeira notícia má, algo que todos já notaram: nosso templo esta em péssimas condições. Necessita de uma reforma.

Expectativas...

-A noticia boa: temos o dinheiro!

Sorrisos.

A outra notícia má: o dinheiro ainda esta no bolso de vocês!

 

Essa pitoresca história ajusta-se com perfeição às lides espíritas:

Há dinheiro para sustentar e dinamizar os Centros Espíritas, em reformas e ampliação de serviços.

Só há um problema.

Esta no bolso dos espíritas.

À luz da doutrina, particularmente do apelo fundamental contido na maxima de Kardec - FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO - os centros transformam-se em células atuantes e empreendedoras envolvendo, além da atividade doutrinaria, a assistência e a promoção de famílias carentes, em creches, berçários, hospitais, escolas, albergues, lares da infância e da velhice...

Está implícita nos textos doutrinários uma permanente convocação às atividades voluntárias em favor do bem comum.

É preciso estar muito distraído ou indiferente para não perceber isso.

Infelismente, partindo do princípio de que o espiritismo é a doutrina da consciência livre, essas iniciativas ficam ao arbítrio das pessoas que, mesmo quando se conscientizam, tendem a estabelecer cotas mínimas de participação e contribuição.

Isso ocorre particularmente em relação ao dinheiro, o chamado VIL METAL, quando usado em interesses pessoais, mas que poderia ser transformado em METAL NOBRE para atender às carências humanas.

Em muitos Centros esse assunto é tabu.

Alega-se que falar em dinheiro passaria a impressão de que estamos cobrando por benefícios prestados àqueles que buscam ajuda espiritual.

Cotizam-se alguns diretores para pagar despesas básicas - zelador, água, luz, telefone, limpeza...

Quando se cogita de qualquer novidade, envolvendo um serviço assistencial, a pintura inadiável, a ampliação necessaria, a despesa inesperada, dão tratos aos bestunto os dirigentes, pensando em almoços, bazares, feiras, sorteios, campanhas de jornais, livros, vidros, garrafas, alumínios, plásticos e tudo o mais que possa render alguns trocados.

É louvavel, mas seria muito mais prático e produtico se todos se dispusessem a contribuir regularmente, considerando que integram uma sociedade espírita que, como ocorre com todas elas, deve exigir de seus participantes o cumprimento de determinados deveres estatutários, a começar por um elementar - pagar uma contribuição mensal.

Outra questão espinhosa: o valor da contribuição .

Geralmente as pessoas oferecem suas sobras.

Justamente por isso muitos não contribuem.

É que, segundo seus programas, há sempre compromissos inadiáveis que absorvem as disponibilidades.

-Estou reformando minha casa...

-Vajarei de férias...

-Troquei de automóvel...

-Ampliei meus negócios...

-Fiz investimentos...

-Meu filho entrou na faculdade...

-Há gente doente em casa.

Oportuno lembrar a passagem evangélica da viúva pobre, em Lucas, 21:14:

Olhando JESUS, viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio [onde eram depositadas oferendas]

Viu também uma viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas.

E disse:

Em verdade vós digo que essa viúva pobre deu mais que todos. Todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; mas ela, da sua pobresa, deu todo sustento que tinha.

A observação do Mestre  é de clareza meridiana...

Enquanto nossas contribuições girarem em torno de sobras, pouco faremos, porquanto na contabilidade dos interesses particulares sempre falta o necessário.

Mesmo generosos saldo credores são registrados como reserva técnica para atender a problemas eventuais.

Resultado - nunca sobra nada.

A experiência demostra que quando superamos essa tendência e nos dispomos a contribuir generosamente, somos recompensados com bençãos que o dinheiro não pode comprar.

Lembro-me de um amigo, comprometido com a usura.

Para desespero seu gastava muito com problemas de saúde, pessoais e familiares.

Nunca tinha disponibilidades a oferecer, sempre temeroso de lhe faltarem recursos para atender os males que se sucediam.

Um dia criou coragem, livrou-se do carangueijo (as pessoas muito apegadas parecem ter crustáceo no bolso, guardando seu dinheiro).

Com grande constrangimento, timidamente em princípio, começou a usar os seus haveres para atender as carências alheias.

Para sua surpresa, quanto mais oferecia, menos gastava com médicos e remédios.

Uma boa troca.

Poderíamos, em favor dessa tese lembrar que:

QUEM DA AOS POBRES EMPRESTA A DEUS.

Considerando que, em última instância, tudo pertence a DEUS, somos apenas depositários do dinheiro que amoedamos.

A mordomia justa e perfeita será sempre aquela que nos leva a atender os filhos de DEUS com seu próprio dinheiro, transitoriamente confiado à nossa administração.

Vale lembrar, a esse propósito, o célebre conto de Tagore, em que um aldeão, procurando pelo Senhor da Vida, de-lhe apenas um grão de trigo que trazia em seu alforje.

Depois, em casa, constatou que no lugar do grão doado estava uma gema preciosa.

E lamentou o parcimonioso doador:

-Tolo que fui! Deveria ter entregado todo trigo ao Senhor da Vida!

 

O valor da contribuição e sua regularidade são um assunto resolvido pelos evangélicos.

Com base em textos bíblicos, estabelecem o dízimo, a décima parte do rendimento dos fiéis, entregue mensalmente à igreja.

Uma serviçal doméstica ganhava perto de dois salários minímos. Antes de qualquer iniciativa, retirava os sagrados dez por cento da igreja que frequentava, embora lhe fizessem falta. Viúva, tinha quatro filhos pequenos.

Não obstante, contribuía religiosamente, considerando que seria um "roubo" ficar com o "dinheiro de DEUS".

Poderemos questionar tamanho rigor, não obstante a lição de Jesus, mas é inegavél que dá resultados. Os profitentes levam a sério a necessidade de contribuir e com isso as igrejas brotam em todos os bairros e o movimento cresce a olhos vistos.

De modo-proprio deveríamos fixar uma porcentagem sobre rendimentos, destinada às obras espíritas, superando um problema que é frequente nos Centros Espíritas:

O dinheiro para a necessária reforma, pintura, a instalação do serviço assistencial, a publicação do periódico, a biblioteca, a livraria espírita, e muito mais, permanece seqüestrado pelo carangueijo em nosso bolso.

 

                               Richard Simonet